terça-feira, 11 de setembro de 2012

Política, educação e eleições municipais em Campo Limpo Paulista



É ano eleitoral. Mais que isso, é ano de eleições municipais em todo o país. As eleições municipais têm uma característica peculiar: nelas, o eleitor está mais próximo dos candidatos, ou estes dos eleitores, ao menos a cada quatro anos.
Mas, o que isso tem a ver com educação? Sabemos que a política nos interessa em vários aspectos: econômicos, de trabalho, saúde, saneamento básico e meio-ambiente, cultura... Então, por que a educação?
A educação é uma das áreas fundamentais de nossa sociedade. Trata-se de investir no presente de nossas crianças e jovens visando o seu futuro, o da cidade e do país. A educação também é uma das áreas e instituições sociais e culturais de maior orçamento, ou seja, tem muita gente interessada nesse “filão” de investimentos. Muitos, como um meio de se aproveitar dos recursos públicos. Por exemplo: construtoras que constroem escolas – mal construídas, com materiais de baixa qualidade, mão de obra desqualificada e sem equipamentos adequados. Escolas muitas vezes feias, desagradáveis, com estruturas precárias para um bom atendimento dos estudantes e dos profissionais que ali trabalham. Sem refeitórios que respeitem o mínimo de higiene e saneamento, por exemplo. Portas de madeira de qualidade inferior, com batentes que sequer suportam o peso dessas portas, procure por aí, a lista é enorme, você vai encontrar na escola pública de seu bairro mesmo... entre vários outros problemas mais!
Mas, o que tem me chamado a atenção nessas eleições é o uso do espaço público escolar para fins eleitoreiros. Já ouvi de várias pessoas que alguns funcionários públicos, inclusive “professores” e “diretores” (todas aspas são de propósito, no sentido irônico) comissionados, com “medo” de perder seus “cargos”, têm feito pressão e assédio moral sobre os estudantes (a maioria crianças!).
Eles (as) usam os seguintes discursos: se o candidato tal perder as eleições, eu vou perder meu emprego, seus pais têm que votar em fulano! Dizem que uma professora teria chegado ao cúmulo de entrar em uma sala de aula e fazer “campanha” contra um professor que seu candidatou – aliás, fazendo uso de seu justo direito de cidadão – e por estar licenciado (a licença é compulsória para os funcionários públicos) não poderia se defender das acusações, pasmem!, de ser “ladrão” etc. e tal., ora, o sujeito nem se elegeu ainda e alguém se arroga o direito de chamá-lo de ladrão? Quem é o ladrão nessa história? Ou melhor, o vilão? O corrupto e corruptor? Mas o melhor veio depois: os alunos, que não são bobos nem burros, teriam homenageado o professor na sala de aula dessa detratora bradando o nome do professor, que eles admiram e gostam já ela pelo visto...
Enfim, já deu o que tinha que dar. Que gente inescrupulosa é essa, que pede “licença” do trabalho para fazer campanha política, que chantageia os colegas, que tenta seduzir e enganar a população do bairro para que votem nos “seus” candidatos e “patrões”, naqueles que estão no poder? Que gente é essa que está na educação – mas que são péssimos “professores”, “diretores” etc. porque também são péssimos cidadãos. Que educação política queremos para as nossas crianças?
Pense bem, quem trata assim as crianças e colegas de trabalho não merece nosso respeito. Não merecem ser chamados de Professores. Profissão digna, mas tão desvalorizada. Nesse ano, não vote em quem tenta te enganar e ludibriar, não vote em quem não te respeita.

terça-feira, 31 de julho de 2012

DIÁRIOS



Direção: Leonardo Costa e Deborah Andrade
Elenco: Ana Sylvia Maris, Elisa Pegolaro, Fábio Lyra, Ge Dias e Thais Nihieles

Micro cenas do cotidiano.
Drama, comédia, catarse...
“Tudo vale a pena, se a alma não é pequena” (Fernando Pessoa)



A peça teatral “Diários” traz aos palcos as vivências de cinco professores, quatro mulheres e um homem. O enredo transita dos assuntos que possam parecer mais banais, como o temor de estudantes adolescentes ao terem que se deparar com a professora de matemática mais temida da escola, aos dramas amorosos ou profissionais tão comuns em qualquer lugar do mundo e para qualquer um de nós.
Mas falemos da estética, da composição do roteiro e do jogo de cena. Os atores não se limitam à clássica mimesis de palco, vão além e, ao mesmo tempo que encenam a sua própria biografia – que poderia ser a nossa também – teatralizam, vestem a persona de um Aristófanes ou de Eurípedes. Sua póiesis se constrói em meio ao drama e à comédia em medidas suaves e na interação das suas histórias com os “delírios cotidianos”, para lembrar Charles Bukowski. Envolvem o público em nuances não ditas no espetáculo, mas que estão ali mesmo, na sublime e subliminar poesia do teatro.
Ao público, cabe notar que não se trata apenas da encenação de vidas distantes no tempo e no espaço, mas também de pequenas partículas de suas vidas, um sorriso aqui, um grito de ódio ou decepção ali... No final, somos todos envolvidos na catarse do espetáculo que não se trata de um simples e banal “show da vida”, mas de diários, assim mesmo no plural, que também poderiam ser os nossos diários contados e recontados no palco e na vida.
Vale a pena conferir!
Em cartaz de 04 a 26 de agosto. Aos sábados, às 20 horas e domingos, às 19 horas.
No SP Teatro Escola, Av. Rangel Pestana, 2401, no Brás.
Entrada gratuita.

Confira
tudo que
respira
conspira
(Paulo Leminsky)