É ano eleitoral. Mais que isso, é
ano de eleições municipais em todo o país. As eleições municipais têm uma
característica peculiar: nelas, o eleitor está mais próximo dos candidatos, ou
estes dos eleitores, ao menos a cada quatro anos.
Mas, o que isso tem a ver com
educação? Sabemos que a política nos interessa em vários aspectos: econômicos,
de trabalho, saúde, saneamento básico e meio-ambiente, cultura... Então, por
que a educação?
A educação é uma das áreas fundamentais
de nossa sociedade. Trata-se de investir no presente de nossas crianças e
jovens visando o seu futuro, o da cidade e do país. A educação também é uma das
áreas e instituições sociais e culturais de maior orçamento, ou seja, tem muita
gente interessada nesse “filão” de investimentos. Muitos, como um meio de se
aproveitar dos recursos públicos. Por exemplo: construtoras que constroem
escolas – mal construídas, com materiais de baixa qualidade, mão de obra
desqualificada e sem equipamentos adequados. Escolas muitas vezes feias,
desagradáveis, com estruturas precárias para um bom atendimento dos estudantes
e dos profissionais que ali trabalham. Sem refeitórios que respeitem o mínimo
de higiene e saneamento, por exemplo. Portas de madeira de qualidade inferior,
com batentes que sequer suportam o peso dessas portas, procure por aí, a lista
é enorme, você vai encontrar na escola pública de seu bairro mesmo... entre vários
outros problemas mais!
Mas, o que tem me chamado a
atenção nessas eleições é o uso do espaço público escolar para fins
eleitoreiros. Já ouvi de várias pessoas que alguns funcionários públicos, inclusive
“professores” e “diretores” (todas aspas são de propósito, no sentido irônico) comissionados, com “medo” de perder
seus “cargos”, têm feito pressão e assédio moral sobre os estudantes (a maioria
crianças!).
Eles (as) usam os seguintes
discursos: se o candidato tal perder as eleições, eu vou perder meu emprego,
seus pais têm que votar em fulano! Dizem que uma professora teria chegado ao
cúmulo de entrar em uma sala de aula e fazer “campanha” contra um professor que
seu candidatou – aliás, fazendo uso de seu justo direito de cidadão – e por
estar licenciado (a licença é compulsória para os funcionários públicos) não
poderia se defender das acusações, pasmem!, de ser “ladrão” etc. e tal., ora, o
sujeito nem se elegeu ainda e alguém se arroga o direito de chamá-lo de ladrão?
Quem é o ladrão nessa história? Ou
melhor, o vilão? O corrupto e corruptor? Mas o melhor veio depois: os alunos,
que não são bobos nem burros, teriam homenageado o professor na sala de aula
dessa detratora bradando o nome do professor, que eles admiram e gostam já ela
pelo visto...
Enfim, já deu o que tinha que
dar. Que gente inescrupulosa é essa, que pede “licença” do trabalho para fazer campanha política, que chantageia
os colegas, que tenta seduzir e enganar a população do bairro para que votem
nos “seus” candidatos e “patrões”, naqueles que estão no poder? Que gente é
essa que está na educação – mas que são péssimos “professores”, “diretores”
etc. porque também são péssimos cidadãos.
Que educação política queremos para as nossas
crianças?
Pense bem, quem trata assim as
crianças e colegas de trabalho não merece nosso respeito. Não merecem ser
chamados de Professores. Profissão
digna, mas tão desvalorizada. Nesse ano, não vote em quem tenta te enganar e
ludibriar, não vote em quem não te respeita.
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